Estava muito vento na Ericeira. Fomos um pouco mais para Norte. Praia dos Coxos. Nome engraçado. Não havia sítio para estacionar. Imensa gente, principalmente surfers. Voltámos para trás. Um pouco a subir, antes da Ericeira, local para parar. Saímos.
Impossível descer, por causa da subida. Tal como o poeta disse «há mar e mar, há ir e voltar». Dá para entender?
Ficámos em cima a apreciar a vista para a Praia da Ribeira D'Ilhas. No sítio apropriado para turista apreciar. O vento continuava forte, abanava-nos, mas não transportava as minúsculas gotículas de água, como na Ericeira. Deu para aguentar. Era de tirar o fôlego. Há sítios em Portugal que me prendem. Este é um deles. Se a terra se espreguiçasse naquele momento, voaríamos alto, até aterrarmos de cabeça e sem asas. Seríamos notícia?
A descida é mesmo íngreme. Só de pensar no sentido inverso, fiquei cansada. Sentei-me. O mar estava picotado de pontinhos pretos. Acho-lhes graça. Sentados em cima das pranchas, minuto após minuto, à espera da onda. Deve dar uma boa sensação. Surfar, digo eu. Contei-os. Marido juntou mais alguns. Seriam 28.
Na cor, na calma e na rebentação, o Atlântico é sublime.
PS: Senti-me a sufocar. Não foi só de ver o mar àquela altitude. Foi ouvir um constante latir, doloroso, de choro e dor, de um cão que não conseguíamos olhar. Dentro dos carros estacionados, não estava nenhum. Aproximamo-nos mais do início das escadas. Lá estava ele.
2 comentários:
é sim Senhora!!
Beijinhos
Oláa Tina.
Pois é :)
Beijo.
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