Portugal vai conseguir ultrapassar esta crise. Eu vou fazer a minha parte

Vivo um dia de cada vez. Ontem fiquei «contente».
Hoje, fui procurar mais notícias, as coisas menos boas que o 1º ministro se escusou ontem de referir, porque assim estava combinado. E vou brincar com algumas, claro. Fui roubar ai: http://aeiou.expresso.pt/oresgatedeportugal

- A fatura da eletricidade passará a ter IVA de 13% ou de 23%, avança o "Diário Económico".
(Talvez as pessoas comecem mesmo a agir e desliguem todas as luzinhas inúteis que à noite ficam acesas, utilizando menos o comando poupam na pilha também e fazem exercício: mexam-se!)
- Os desempregados só vão passar a receber subsídio durante ano e meio, como parte das medidas de austeridade da troika.
(Ano e meio são 18 meses ou seja, 360 dias úteis (5 dias x 4 semanas x 18 meses); é muito tempo, mais que suficiente para alargarmos horizontes, apreender-mos novas habilidades e conhecimentos e até mudarmos de atitudes na procura de TRABALHO. Sejamos os nossos próprios patrões, entretanto. Talvez até nos demos bem na vida. Há exemplos. Esqueçamos os EMPREGOS, que por enquanto, não há empregadores).
- Ajuda externa: militares proibidos de gerar despesa. A redução em 10% de pessoal na Defesa é uma das medidas de austeridade impostas pelo acordo entre a troika e o Governo.
(Que tal se passarem à reserva / reforma ou mudem as nomenclaturas das categorias dos superiores hierárquicos que, para justificar o nome da patente, precisem de ter submarinos, ou mais cavalos ou mais tanques, ou mais aviões?).
- Ajuda externa: Estado sai da EDP e REN até final do ano. O memorando de entendimento entre o Governo e a troika prevê uma aceleração do programa de privatizações.
(EDP e REN são duas das empresas públicas visadas. Se tem de ser. Pensemos: que sejam os novos accionistas a pagar os ordenados aos gestores. Desde que não se despeçam os trabalhadores... ).
- Ajuda externa: taxas moderadoras na saúde aumentam até setembro. Governo e a troika acordaram em aumentar, até setembro, as taxas moderadoras na saúde e reduzir substancialmente as isenções.
(É onde nos leva os abusos dos portugueses. Um ou dois exemplos. Um empresário(a) enquanto activo desconta para si, o mínimo para entregar à segurança social. Quando passa à reforma, recebe uma pensão de duzentos e tal euros. No entanto, acumulou riqueza, apesar de pagar os impostos. Possui casas, prédios, dinheiro em bancos, acções e aplicações. Este reformado vai ao SNS, e não sei como, porque tem a pensão mínima, está isento de pagamento de taxa moderadora. É correcto? Outro caso: doenças incapacitantes abrangidas pela isenção de taxa moderadora. Para os pobres, e quem sabe que imponha um patamar de pobreza, há 100% de isenção. Depois para os outros, que embora com doenças incapacitantes têm possibilidade de contribuir com algum dinheiro para o tratamento da Sua doença, penso que deveria fazê-lo. Deveria contribuir com uma percentagem em relação ao patamar em que o seu ordenado / pensão / rendimentos se encontra, para o tratamento da sua doença incapacitante. A saúde é tendencialmente gratuita para todos, mas em tempos de vacas gordas.)
- Acordo com a troika prevê metas suavizadas para redução do défice. No acordo entre Governo e troika, Portugal deverá atingir um défice de 3% em 2013, sem ferir o compromisso com Bruxelas e de forma mais suave do que a prevista pelo PEC chumbado no Parlamento.
(Seja que governo sair destas eleições terá que o cumprir. Recuso ouvir charlatães a vender banha da cobra. Afinal, estas eleições não vêm mudar nada à política imposta, só vão mudar os ocupantes das cadeiras em S. Bento)
- Proprietários de casa vão pagar mais IMI. Quem tem casa própria vai passar a pagar mais IMI, no entanto o IMT vai descer, noticia o "Diário Económico". O IMI será reforçado através da reavaliação do valor patrimonial tributário das habitações e da subida das taxas a partir do próximo ano. Além disso, as deduções das despesas com a casa em sede de IRS serão também reduzidas. Estas medidas inserem-se no plano da troika para promover o arrendamento, em vez da compra de casa, com vista a travar o endividamento das famílias.
(Olho e vejo imensos apartamentos em prédios, vazios. Vende-se informa o cartaz. Os proprietários dos prédios têm de pôr as casas a arrendar. É sua obrigação como possuidor pensar que uma casa vazia se degrada mais depressa que ocupada, fazer as suas contas não esquecendo o ordenado mínimo nacional e ter a decência de pensar que os seus conterrâneos precisam de casas para morar e criar o melhor que puderem as próximas gerações. Não devem querer tudo de uma vez. Diálogo entre os proprietários e os seus arrendatários, é urgente. Quem não paga as renda que acordou, deve conversar com o seu senhorio, expor as suas razões. As leis têm de ser justas, para uns e para outros. Os senhorios não podem ter casas arrendadas e não receber as rendas. Um arrendatário não pode viver numa casa que precise de obras muitas vezes por má utilização das mesmas e exigi-las do senhorio se paga uma renda miserável. Há que saber «tentear» a coisa. Há que cuidar do que aluga. Quando em 1974 me casei, fomos viver para uma casa alugada, um rés-do-chão com pátio, a estrear. O senhorio era uma pessoa simpática, os vizinhos de cima, descuidados. A maioria dos jovens casais alugava casa ou ficava em casa dos pais. Aconteceu que não gostávamos do local, só da casa, paredes para dentro. O tempo foi passando. As nossas mães, juntas, tinham iniciado uma busca nos seus tempos livres de outra casa para os seus meninos. Andavam pelas ruas de Benfica a olhar para os prédios. Naquele tempo havia muitas casas vazias, para alugar, mas fechadas pelos senhorios. Eram tempos difíceis, rebeldes. O direito a uma casa levou o povo a ocupar muitas dessas casas, selvaticamente por vezes, com algum frenesim e à português sem rédeas nem chicote, largados recentemente com a revolução. E encontraram essa casa, que hoje é o nosso Lar. Fizemos o mesmo, mas com civilidade. É uma «estória» muito engraçada que escreverei um dia destes. Uns anos mais tarde, o nosso senhorio passou o prédio a propriedade horizontal e vendeu os andares a quem esteve interessado na sua compra. Uns compraram, outros não. Foi uma decisão pensada devagar, depois de muitas contas feitas e com ajuda dos pais, que passámos a proprietários. Empréstimo pedido ao banco e um início de vida a dois, sempre com sacrifícios. É que um dos ordenados destinava-se a pagar a renda ao senhorio. Depois passou a ser uma prestação mensal a pagar ao banco. Houve flutuações nos juros bancários, mas nós, que estávamos a iniciar a nossa vida em conjunto, optámos por pagar mais, logo de início. Sacrifícios muitos, restrições muitas. Passados mais de 10 anos, a prestação da casa não foi ficando mais leve no orçamento mensal porque os ordenados foram sendo actualizados face à inflação. Outras regras, outros mercados, outras maneiras de estar na vida. Mas nada de cartões de crédito. Nem sabíamos o que isso era e o «aponte» nunca foi exemplo das casas paternas. Muito contribuiu eu saber de economia doméstica. Muito sumariamente, o Deve tem de ser superior ao Haver. O saldo tem de ficar sempre positivo. Senão vamos à falência. Tive essa disciplina no Curso Geral do Comércio tirado na Patrício Prazeres. Naquele tempo, para a construção da nossa felicidade não eram necessárias as compras, as marcas, a ânsia desenfreada de comprar, comprar... sem ter dinheiro para pagar logo. Não me falem em sacrifícios, hoje, nem em gerações à rasca. Eu pertenci a uma, há quase 37 anos. Sacrifícios não são coisa de hoje. Não são mesmo. Poupar é a regra.)

Esgotei-me. Já chega. Não vou pensar e escrever mais no estado da nação. Só vou procurar coisas boas. Até porque hoje é o dia em que o meu contador de água vai ser mudado, por imposição da Companhia, que assim o quer e nos informou. Veremos se a factura da água não vai subir por esse facto ...

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