A memória, esse grande simulacro repleto de fantasmas.

25 de Abril de 1974 - SEMPRE!

A foto é datada de 26 de Abril de 1974. Marido e Mendonça, dois dos filhos da madrugada, há 36 anos.

Desde a madrugada de 25 que se encontravam no Quartel-General de S. Sebastião da Pedreira, chegados a Lisboa numa Berliet vindos do Quartel de Santarém. Que estava bem. Não sabia dizer mais nada ...

Estes dois, os da foto, são apenas dois feijões verdes por obrigatoriedade, apanhados no vento da história. A todos Homens fardados, principalmente um, Salgueiro Maia, que nos entregaram de bandeja a possibilidade de passarmos a usufruir de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE, o meu eterno agradecimento.

.../ Quem não sentiu já, como Nietzch, que nenhuma felicidade ou esperança podem existir sem a capacidade de esquecimento? Como esquecer então o inesquecível, se na memória dos mortais não existe o esquecimento porque o esquecimento «está cheio de memória» (Mário Benedetti). (*)

(*) Maria Alice Fabião, O tempo e a Palavra. Tempo Livre, Março 2010, pág.79


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