Chamam-me de quê?

Andam por aí, pelas páginas dos jornais. E depois enviadas por email. São uma gracinha, estas pequenas. Para quem aprecia o género, no espaço que ocupam. No meu tempo haviam vozes a lembrar-nos, a nós, jovens teenagers inconscientes do século passado, que decoro e compostura eram regras para se cumprirem no nosso dia a dia. Pais e professores lá estavam. Compostura. Palavra ultrapassada. Compostura significa atitude conveniente, respeitável. Decoro. Outra palavra ultrapassada. Decoro significa postura requerida para exercer qualquer cargo ou função pública.
É minha convicção que uma aluna não deve ir para as aulas da sua Faculdade vestida com roupa de engate. A isso deve chamar-se falta de compostura.
Assim como uma Deputada de um País Democrático não deve apresentar-se na Assembleia da República, o seu local de trabalho PÚBLICO, no 1º dia de legislatura nem nos seguintes, vestida como se fosse para um cocktail. Esta senhora não teve decoro.
Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. É assim tão difícil entender isto?

Chamar a atenção sobre os vossos corpos é o que vos move logo de manhã, para se a indumentarem assim? Uma aluna quer chamar a atenção? Então que seja pelo seu empenho em aprender, pelas notas que conseguir com o seu esforço e inteligência. E os seus paizinhos que o exijam.
A senhora deputada, mais crescidinha, quer chamar a atenção? Cá ficamos à espera do seu empenho pelo que propôs defender, ao adquirir a confiança e o voto dos seus eleitores.
As competências, senhoras, não se adquirem com menos roupa e a respectiva exposição dos corpos aos olhares dos outros. Essas senhoras não se chamam alunas nem deputadas. São outras vidas, outras maneiras de ser e estar nesta vida. Que falta de juízo!


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