Um Domingo de Páscoa diferente - estória de uma viagem

Quando recebemos um convite simpático, que entendemos como vindo do coração, não há maneira de não aceitar. Foi nesta Páscoa. Estávamos na Serra, na santa terrinha, a passar umas fériazitas de 5 dias. O tempo não estava para passeios, mas as cabeças arejariam. Só aqueles ares!
A nossa Amiga Julinha mandou-me uma mensagem pelo telélé, que por acaso consegui receber no sábado (lá em cima é uma desgraça para os telélés comunicarem) e li: «já chegámos ... está a chover ... venham passar o domingo de Páscoa com a gente, pago o almoço, venham ...». Conversei com marido. Ir até Idanha-a-Nova ter com eles? A estrada é a «a nossa!», é sempre em frente. Cento e tal quilómetros pela nacional 2, está uma boa estrada, com subidas, com descidas, com algumas curvas cortadas ... Mapa na mesa, perguntas ao meu primo Afonso. «Faz-se bem, em Castelo branco cortam à esquerda para Penamacor ... e em duas horas estão lá.» Não conhecíamos aquela Beira Baixa, a do distrito de Castelo Branco ...
Lembrei-me da cantiga:
«Ó Elvas, ó Elvas,
ó Penamacor,
em Castelo Branco,
mora o meu amor.../»
Se não estiver a chover, como previram os que sabem, iremos. Respondi a Julinha talvez sim, se o tempo melhorasse... E não é que melhorou?
Domingo de Páscoa amanheceu azul, ensolarado. Embora! Toca a levantar. Eram 1o horas e lá nos metemos à estrada. Liguei-lhe: «Julinha? Vamos sair agora.» «Ok. boa viagem. Quando chegarem, liguem, para os irmos buscar.»
Antena 1 no ar e lá fomos ouvindo o Prof. sexólogo, o Murcão, a botar palavra. Lá fora 10 graus e sol. Bi, no banco detrás, tremia. É sempre assim. No início das viagens, sente-se abandonada e primeiro que descontraia ... Mas não foi uma viagem qualquer. Houve estória para contar e tem um título: parar uma procissão para nós prosseguirmos viagem.
Aconteceu a poucos quilómetros do nosso sítio. Na Pampilhosa da Serra. Conforme fui co-pilotando e clicando as paisagens da serra, apercebi-me de que havia festa nesta terra por causa das colchas nas varandas dos prédios, por onde a nacional 2 nos encaminha. Logo a seguir à segunda curva, um senhor guarda da GNR mandou-nos encostar. A procissão estava a sair. Não podíamos passar. E quanto tempo senhor guarda? perguntei, inclinando-me sobre o meu motorista. Prái uma meia horita. Mau Maria. Ai senhor guarda, temos encontro marcado para almoço na Idanha e ainda nos faltam fazer tantos quilómetros... O senhor guarda olhou-nos melhor, pensou decerto que éramos gente de bem e pediu-nos «só um bocadinho». Puxou do seu telélé e comunicou com alguém que estava mais lá à frente. Daí a alguns longos segundos, virou-se para nós e informou-nos que nos encostássemos à esquerda e passássemos depressa e com cuidado, que a banda que já estava em formação se tinha encostado à direita. Ora não foi um querido este senhor guarda? É o da foto. Agradecemos muito, desejámos Páscoa Feliz e marido arrancou. As restantes fotos contam a estória. Os tocadores da Banda espreitavam-nos a ver se éramos alguém importante ...
Aproveito e informo que Este é o site da Pampilhosa da Serra. Está muito bonito. Vale a pena visitar esta terra, nem que seja virtualmente.

Sem comentários: