Já fomos e já voltámos

Silêncio e ralos. O grilo é mais «iii». Andava eu deambulando na rua do meu sítio lá na serra e ouvia dois, pelo menos. Saem à noite debaixo da terra. Nunca consegui olhar nem um! Resolvi ir dar uma volta, rua abaixo, rua acima, que o sono tardava a vir, apesar da viagem de Lisboa e do calor que se fez sentir durante toda a tarde.
Aprecio imenso a noite naquela Serra. Fujo da luz emanada pelos candeeiros da rua, encosto-me a uma parede e olho o céu. Procuro a Estrada de Santiago. Continua a mostrar-se, distante, biliões e biliões de pontos de luz. Sóis e planetas, cometas e estrelas novas, núvens de poeiras, tão belo ... e a nossa lua, cheia, de 13 de Agosto. Eram 23:47 quando a cliquei. Branca e fria, esta é a nossa bela vagabunda dos céus.
Em Góis, José Cid actuava. Havia lá festa e a malta foi. Vão sempre. Afinal estamos no querido mês de Agosto. A aragem fazia chegar aos ouvidos uns vagos sons musicais. À hora que era, de certeza que era ele. São poucos quilómetros, em linha recta, de Góis ao me sítio. E o ar é limpo.
Na manhã de 14, estava combinado uma subida ao Penedo, com ajuntamento e partida da Eira, muito cedo ... eu nunca tive pernas para tal. Fico a gritar cá de baixo e a acenar um pano branco. Faz parte do percurso, durante cerca de duas horas e meia. Gritam de lá, gritamos de cá, para eles se sentirem acompanhados e incentivados. Mas a deitarem-se tarde? Estava-se mesmo a ver. Mas que sim, que sim... eles iriam. Livrem-se de me acordar com as «vuvuzelas», lembrei.
Eu quase que pagava para ver.

Sem comentários: