Perceves com b, dos melhores que já degustámos


Na mesa, vinho tinto de Azeitão, um JP. Marido gosta de maduro, mesmo quando está no Minho, a terra dos vinhos verdes. São gostos, não os discuto.
Mas não foi por causa do vinho, esta foto. O destaque vai para os perceves. No Norte, são percebes, percebem? É o marisco que mais apreciamos, pelo seu autêntico sabor a mar. E tão perto que estávamos do mar...
Pois. A estória que quero contar é que foram comprados no Mercado de Caminha, acabados de apanhar. Brilhavam de frescos. Estávamos eu e Marido a olhar e a comentar o tamanho, quando a peixeira apareceu e se meteu entre nós, mas virado para ele. «Leve ó freguês, faço-lhe a sete e meio o quilo.» Nem queríamos acreditar. Em Lisboa ou mesmo na Ericeira, está-nos vedada esta iguaria, pelo preço que nos pedem e de tamanho mais pequeno.
E vieram connosco para casa. Com receita e tudo.
E a receita da senhora peixeira foi fácil de decorar: «coloquem ao lume um tacho com bastante água, sem sal e quando ferber colocam lá dentro os percebes (que entretanto foram passados à torneira porque sim). Quando a ferbura torna álebantar, apagam o lume. Probem a água, se precisar de sal, ponham só um bocadinho e esperem, que eles tomam-lhe o gosto».
Tal e qual. A seguir (espera desesperante) foi deixá-los arrefecer e pôr um vinho verde a gelar. Desta vez provei o Leira do Canhoto, de Melgaço.
Um excelente pitéu.



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