Abandono. Lixo. Nós




Não passou nenhum tsunami, não houve um vendaval. Apenas uma parte da nossa costa, de arribas protegidas, bela, brava, oceânica, mostro nestes clics. Um paraíso nas mãos de um povo terceiro-mundista, que acha defeitos em tudo o que os outros fazem. Já que nós não temos dinheiro nem para mandar cantar um cego, penso que se passassem por aqui uns daqueles possuidores de petro-dólares, cobertos com lençóis brancos, estes fariam disto um lugar limpo, só para eles, claro. Nós teríamos que pagar só para entrar. Depois, as imagens mostram como somos. Desde o último dia de negócio, no último dia que valeu a pena, foram-se e deixaram tudo ao deus dará... mas deus não deu. Não houve nada que levasse para o mar estes destroços, restos das gentes que não sabem como explorar mais, desleixadas, desrespeitadoras do meio em que se inserem.
Eu, só mesmo dentro de um saco, verde de preferência, a olhar o mar para não sofrer. Porque quando me dirigi ao mar e regressei, olhei cliquei e deu-me uma raiva por sermos assim!
Não posso fazer nada.
Apenas reprovar.
Apenas não fazer assim.
Fonte da Telha, manhã de 8 de Abril de 2011.

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