Cova do Vapor -

Cova do Vapor - de passagem, sem tempo para ficar e conviver. Prometo voltar.

Saímos da Caparica na tarde quente do último dia de Inverno. Azuis eram o mar, o rio e o céu. Em frente, estrada recta enfeitada por rotundas, indicava Trafaria. Há tempos que não íamos até ao sítio onde o Rio Tejo encontra o mar Atlântico.
No final da estrada a direito que acabava ali, ou seguíamos para a Trafaria ou cortámos à esquerda, para Cova do Vapor. Não conhecíamos. Fomos pela estrada de terra batida, mimosas acompanhavam-nos à direita. No fim da estrada, casinhas. Encantei-me e cliquei, mas foi a água que me captou a atenção. Ficam as imagens.
Quanto ao «bairro» em si, busquei informação na Net e encontrei um escrito que copiei e deixo.

"Cuidada e delicada, feita de afectos que não marcam os bairros degradados das periferias, a Cova do Vapor está longe de ser um bairro de lata ou uma aldeia igual às outras. É uma povoação singular, é um lugar onde tudo é diferente, sem escola, centro de saúde ou vestígio de serviço público, um lugar contraditório, uma relíquia de excepção. São construções mais ou menos precárias, encavalitadas umas nas outras, expoentes de engenho e desenrascanço, às vezes sem se perceber onde é que começam umas e acabam as outras. São casas e casinhas, com apenas duas ruas de terra batida, onde estão as poucas lojas da terra, capazes de deixar passar carros; mas o labirinto dos caminhos serpenteia por todo a parte, com largura apenas para os assadores, para os canteiros da salsa e dos coentros, para um tanque de roupa ou um duche apertado. Às vezes ainda há espaço para umas couves, umas flores, umas árvores de fruto, armários, estendais, e inventivas garagens e anexos de casas."

In CEREJO, José António Cerejo, Uma Relíquia Chamada Cova do Vapor, PÚBLICO, 28/04/2002.

Aqui, o mapa do google indica o caminho até «A», sendo «A» a Cova do Vapor. Mais um cantinho de Portugal, à português.


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1 comentário:

Paula Santa Cruz disse...

Olá Guida,
No meu tempo de solteira, eu e mais um grupo de amigas e colegas, iamos p/a praia da Cova do Vapor, era a nossa preferida porque era sossegada. Apanhavamos o barco em Belém até à Trafaria e iamos a pé até lá eram 30 minutos. Fez-me recordar esses tempos. Nunca mais voltei lá.
Bjs