Um bocadinho de tarde fria e molhada bem empregue.

Estive a assistir ao filme O exército do crime. As músicas, escolhidas pelo compositor Alexandre Desplat, tem temas lindos. Uns reconheci.

Uma bela e trágica história que é contada neste filme. De amor, de coragem, de costumes. E de desamor, terror, bestialidade humana, também. As duas faces de uma mesma moeda - a guerra.
Na Paris ocupada pelos alemães, o poeta Missak Manouchian encabeça um grupo composto de jovens - judeus, húngaros, polacos, romenos, espanhóis, italianos e arménios - determinados a lutar para ajudar a libertar a França da ocupação nazi. Todos trabalhavam na clandestinidade, arriscando as suas vidas e tornam-se heróis. Os ataques destes guerrilheiros estrangeiros aos nazis ocupantes, fazem com que a polícia francesa desencadeie perseguições, usando as denúncias, a chantagem e a tortura. A França dos Direitos Humanos a ser defendida por imigrantes-não franceses. Os imigrantes-combatentes a serem apanhados pela Polícia colaboracionista francesa.

Vinte e dois homens e uma mulher foram condenados à morte em Fevereiro de 1944. A propaganda apresenta-os como um exército do crime, com os seus rostos fotografados em forma de medalhão sobre um fundo vermelho, são afixados nas paredes de várias cidades do país. A história destes imigrantes, que morreram pela França, faz-me pensar. Um deles, Missak Manouchian, que nomearam de chefe, só queria amar, viver, saber da ciência e da arte. Eticamente incapaz de matar, aprendeu a matar, matou e morreu. Perdeu tudo em troca de nada. Fica a estória. Dele e de mais uma vintena.

Estrangeiros e, no entanto, nossos irmãos (Louis Aragon). Fui roubar daí:


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