Acordo. Levanto-me e abro as portadas para o cumprimentar. «Bom dia calhau!», enquanto me espreguiço. Amanheceu numa imensa cor azul. Fico um pouco, a olhar e a receber os odores matinais da natureza. Há cantos de aves a ecoarem. Que bom que é acordar no campo.
A pouco e pouco, olho uma nevoazinha que vem vindo, devagarinho. Fresca pelo arrepio repentino, penso: «Será que hoje vai estar mais fresco?». Era desejável que sim. Fiquei a olhar e clicando. A neblina cobriu desde a «risca» ao calhau. Que eu namoro enquanto estou por lá. Na serra, namoro o calhau-Penedo, quero dizer. Em pouquinho tempo uma boa área ficou envolvida pelo manto branco.
E em pouco tempo, a neblina foi embora. Inspirei um pouco mais o ar fresco, lavado. O calhau-Penedo, esse voltou a mostrar-se, desconcertante na sua mudez. As aves, essas também se calaram. De repente fez-se silêncio. Só um cão começou a ladrar do lado da Ribeira. Ouvia-se o eco.
Barriga deu sinal. Terminou o encanto. São horas de tomar o pequeno almoço. Pousei a máquina e gritei: «Marido, vamos a levantar?».

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