Livros em português, para Díli

Há dias recebi via e-mail um pedido. Recebo tantos pedidos ...
Lembrei-me de colocar aqui. Alguém que me visite pode ter em casa algumas prateleiras com livros já lidos, que não tencionam reler e que poderão ser muito úteis numa biblioteca em Díli. É uma questão de querer contribuir, de fazer parte de um projecto, a tantos milhares de quilómetros de distância. Antes de colocar aqui, eu tive de confirmar a veracidade do pedido. Enviei uma mensagem para a Embaixada de Portugal em Díli. Hoje recebi a resposta, enviada pelo Coordenador do Projecto de Consolidação da Língua Portuguesa. Diz assim:

Exma. Senhora
... Pinto

Em resposta ao seu e-mail de 24 de Junho, remetido à Embaixada de Portugal em Díli, informo que a docente Joana Santos está integrada no contingente do Projecto da Consolidação da Língua Portuguesa em Timor-Leste, exercendo funções na UNTL.
Permito-me ainda acrescentar que a iniciativa foi feita a título individual e o facto de possuir a direcção da Embaixada de Portugal em Dili como destinatário, é apenas por uma questão prática na recepção dos livros e porque o Projecto da Consolidação da LP está instalado na Embaixada. Se necessitar de mais alguma informação, disponha.
Cumprimentos,
Filipe Silva

E este é o pedido inicial:

Caros amigos,
Alguns sabem e outros nem por isso (e assim aqui vai a notícia) mas estou em Timor a dar aulas na UNTL (Universidade Nacional de Timor Leste) no âmbito de uma colaboração com a ESE do Porto. Aquilo que vos venho pedir é o seguinte: livros. Não vou dar a grande conversa que é para montar uma biblioteca ou seja o que for, porque não é. O que se passa é o seguinte... não sei muito bem como funcionam as instituições, nem fui mandatada para angariar seja o que for, mas o que é certo é que sou (somos!) muitas vezes abordados na rua por pessoas que desejariam aprender português mas não possuem um livro sequer e vão pedindo, o que é mto bom.
O que é certo é que a minha biblioteca pessoal não suportaria tanta pressão e nem eu, nos míseros 50 quilos a que tive direito na viagem, pude trazer grande coisa para
além dos livros de trabalho de que necessito.

COMO MANDAR?

Basta dirigirem-se aos correios (CTT) e mandarem uma encomenda tarifa económica para Timor (insistam porque nem todos os funcionários conhecem este tarifário!) e mandam a coisa por 2,49 (?). Claro que a encomenda não pode exceder os 2 quilos para poder ser enviada por este preço.
Devem enviar as encomendas em meu nome - Joana Alves dos Santos - para:
Embaixada de Portugal em Díli
Av. Presidente
Nicolau Lobato
Edifício ACAIT
Díli - TIMOR LESTE

E O QUE MANDAR?

Mandem por favor livros de ficção, romances, novela, ensaio, livros infantis etc, etc. Evitem gramáticas e manuais escolares. Dicionários, mesmo que um pouquinho desatualizados são bem vindos. Este critério é meu e explico porquê. Alguns timorenses (estudantes e não só) são um bocado fixados em aprender gramática mas ainda não têm os «skills» básicos de comunicação. Parece-me melhor ideia que possam ler outras coisas, deixar-se apaixonar um bocadinho pelas histórias mesmo que não entendam as palavras todas, do que andarem feitos tolinhos a marrar manuais e gramáticas. O caso dos dicionários é outro. Um aluno, por exemplo, usa um dicionário português-inglês para tentar adivinhar o significado das palavras. Como o inglês dele tb não é grande charuto imaginam como é a coisa.
Bom, espero ter vendido bem o peixe do povo timorense. Falam pouco e mal mas na sua grande maioria manifesta simpatia pela língua portuguesa. De qualquer forma isto não vai lá (muito sinceramente) com umas largas dezenas de professores portugueses por cá. É preciso ter a língua a circular em vários meios e suportes. Espero que respondam ao meu apelo!! Eu por cá andarei sempre com um livrito na carteira para alguém que peça!

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Estou convosco e desejo-vos sorte porque sei que a leitura de um livro abre-nos os horizontes. Estou convosco. Bem hajam.

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