Uma opinião, apenas mais uma.

Foto de autor que eu desconheço. Não cantam, pedem comida!

Li esta notícia e continuo a pensar o que andam os homens-especuladores a fazer aos povos desta velha europa e do mundo em geral. Não emprestámos, nós Portugal, há pouco, dinheiro à Grécia a juros um pouco elevados? Esta coisa da Economia e das Finanças ficou tão complicada de gerir! No meu tempo de aprender contabilidade, havia o Deve e o Haver e o Saldo. Haviam os lançamentos, as capitações, as contas do Razão, os Balancetes e finalmente o Balanço. Fechavam-se os estabelecimentos para Balanço, no final de cada ano, lembram-se?

Depois abriu-se a Bolsa (por alguma razão a mantiveram fechada). Depois veio o POC (Plano Oficial de Contas), que me fez a cabeça em água e foi se quis subir de categoria, lembro eu de passagem, e este ano (coitadas das pequenas empresas), o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) colocando a contabilidade nacional a par com o alinhamento das directivas e dos regulamentos comunitários, de forma a permitir o acompanhamento da dinâmica contabilística da União Europeia. Ao fim e ao cabo, para a «Europa» encontrar mais depressa (ou não) as falcatruas.
A maluqueira do Euro. Ninguém sabia converter. Tudo subiu para o dobro, menos os ordenados dos trabalhadores, que os patrões sabem fazer as contas. Da vida dos Gestores, essa nova raça, é outra conversa. Meterem alguns no Estado. Por cada Administrador reformado, à moda antiga, entraram dois ou três gestores. Por exemplo, os Gestores Hospitalares. Hoje ouvi que de 40 hospitais de todo o País com gestão empresarial, apenas 13 apresentaram resultados positivos. A quem servem os gestores hospitalares? Se há prejuízo, pagamos nós, se não há prejuízo pagamos na mesma os prémios para além dos ordenados. No entanto, para os funcionários que sentem o seu trabalho não aumentado em remuneração mas aumentado em número de tarefas porque por cada dois colegas que saem, só entra um e nós ainda exigimos que nos sorriam e nos atendam bem ... para estes, não há prémios, não. São apenas funcionários públicos e têem as costas largas.
Os Mercados Financeiros (só o nome me arrepia) são puras sanguessugas, amorais. A pouco e pouco toda a nomenclatura contabilistica mudou. Para eles se entreterem a discutir os mapas e os gráficos. Espetam-nos com eles à frente dos olhos e não entendemos para que servem, para além de especularem sobre eles. Até as contas do meu condomínio, feitas por cada um dos condóminos, já aparecem agrupadas ... quando o que conta no final não são os números escritos nem os gráficos demonstrativos do resultado do exercício, mas sabermos sim se o administrador do ano gastou bem o dinheirinho de todos, ou o que poupou, ou quanto se ficou a dever.
Não nos bastam os vulcões em erupção, nem os tremores de terra diários, nem outros acidentes para nos trazer de rastos. Não senhor. Ai ai, que faremos? Alguém tomará conta de nós, os parentes pobres da Europa? Sim, que eu sou do tempo em que tínhamos a obrigação de tomar conta da família mais fraca. Ou vamos à falência mesmo e voltamos ao nosso escudo? E tudo irá baixar de custo 50% e teremos todos de voltar a trabalhar a sério? O que será de nós??? Não estou a brincar!
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Euro em causa
Sitglitz recebeu um Nobel da Economia em 2001 e tornou-se uma vedeta por ser muito crítico da actual globalização comercial e financeira, particularmente do papel do sistema financeiro, e ter sido dos poucos que anteciparam a crise internacional que se desencadeou em 2008. Na entrevista que o El País publica hoje mantém a linha de pensamento que o tornou muito admirado sobretudo na Europa, mas actualizada à luz das mais recentes consequências da crise internacional. Agora, diz que o euro “corre o risco de desaparecer se não se gerar uma onda de solidariedade e não se puserem em marcha soluções institucionais”. Chega a esta conclusão a partir do que aconteceu na crise asiática da segunda metade dos anos 1990, em que as economias de vários países foram caindo sucessivamente às mãos dos mercados financeiros internacionais. “O problema é evidente, mas a lentidão e a debilidade da resposta questionam a sobrevivência do euro. Os mercados não são propriamente uma fonte de sabedoria: são predadores, muitas vezes são estúpidos, são completamente imprevisíveis, e se a Alemanha e a Europa não procurarem soluções podem provocar estragos”, afirma a certa altura. Assinala também o “paradoxo” de se ter dado aos bancos um “cheque em branco para os salvar”, e de agora se pôr à disposição da Grécia ajuda financeira “a um custo excessivo”. Não se pode “ganhar dinheiro à custa da família, como parece querer fazer a Europa”, rematou.»

Eu não digo? Tenho a mesma opinião e sou só povo. E ignorante. E preocupada.

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