Filmado com o Telélé. Em casa.


Guerra e Paz
Refrão:
Guerreiros são só pontos no horizonte a monte a monte/ anda o guerreiro sem parar/ a paz foi tudo o que ele foi buscar/ guerra e paz a par e passo irmãs são/ guerra e paz a par e passo são
Ainda agora aqui chegado/ meu cavalo já cansado /trago o peito enamorado/ e a armadura em desalinho/ minha espada, eu embainho/ dai-me carne e dai-me vinho/
sou guerreiro por quimera/ era uma vez um rapaz/ é vê-lo avançar entre a guerra e a paz

Dai-me carne e dai-me vinho/ dai-me uma mesa de pinho/ estendei toalha de linho/ onde estenderei meus dedos/ lede neles os enredos/ das conquistas, dos degredos/ assim eu contar pudera/ era uma vez um rapaz/ é vê-lo avançar entre a guerra e a paz

De cada vez que me conto sei/ que me acrescento um ponto/ um cavalo novo monto/ e uma donzela arrebato/ despedido do recato/ vou de calma ao desacato/ vou do pardal à pantera/ era uma vez um rapaz/ é vê-lo avançar entre a guerra e a paz

Vou da calma ao desacato/ de masmorras me resgato/ colorido é o meu retrato/ preto e branco meu caixinho/ o que fazes tu, meu filho/ outras guitarras dedilho/ sou trovador por quimera/ era uma vez um rapaz/ é vê-lo avançar entre a guerra e a paz
E de meandro em meandro/ vou-me circunnavegando/ sob as estrelas buscando/ o outro lado da busca/ quase sempre o amor me ofusca/ de uma forma doce e brusca/ assim eu amar soubera/ era uma vez um rapaz/ é vê-lo avançar entre a guerra e a paz

Retomado à vida o gosto/ meu cavalo recomposto/ no cabelo um fogo posto/ novos fogos atravesso/ desta forma me despeço/ do fracasso e do sucesso/ ladrões de quem os venera/ era uma vez um rapaz/ é vê-lo avançar entre a guerra e a paz

Desta forma me despeço/ a viagem recomeço/ e se a casa não regresso/ é que outras casas me abrigam/ outros braços lá me amigam/ minhas brigas desfatigam/ como a luz na Primavera/ era uma vez um rapaz/ é vê-lo avançar entre a guerra e a paz.

Composição: Sérgio Godinho

3 comentários:

Elvira disse...

E olá mais uma vez. Já ouvi, cantei (lendo) e encantei-me com todas estas bonitas interpretações.
Esta é a minha preferida e de que tenho uma vaga recordação. Gosto deste estilo de música popular portuguesa. E liberdade, e mudança, cada um canta à sua maneira, acho. Lembrei-me (tinha de me lembrar de alguma) de uma do Sérgio que ouvia na adolescência e por vezes cantava na escola: "A paz, o pão, habitação, saúde, educação/... olha, a minha memória está muito falha... Beijos.

Guidinha Pinto disse...

Não é a memória que falha, é o deixar de ouvir que nos faz esquecer.
Beijo

Elvira disse...

Mas lembrei-me logo a seguir:"Só há liberdade a sério quando houver/ liberdade de mudar e decidir/quando pertencer ao povo o que o povo produzir/quando pertencer ao povo o que o povo produzir/"... Agora é que não sei mais. Falta a música. Bom Domingo. Fiquem bem.