É difícil ser um bom médico de família

Ontem fui agradavelmente surpreendida com os convidados de Maria Elisa, na RTP1. O último Director do Serviço onde trabalhei antes da minha aposentação, esteva presente entre os convidados. Já passaram 6 anos Senhor Professor e tirando uns brancos mais acentuados, pareceu-me o mesmo, no ser e no estar.
A sua luta pelo Rastreio do Cancro do Cólon e Recto continua. Em nome de todos, agradeço. Deu fruto a imensa vontade de chamar a atenção dos que mandam no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a necessidade de promover o RASTREIO? Parece-me que ainda não. Ou não se estaria a fazer um programa com este conteúdo. Até eu sei que sai muito mais oneroso ao Estado o tratamento de uma doença declarada do que viabilizar os meios necessários, através dos diversos rastreios, na procura de doença ainda não declarada, na população em geral.

Já agora, uma nota de minha autoria. Só em relação aos males do intestino. Penso que são as pessoas, independentemente da sua origem ou profissão, que devem estar atentas. Não devemos adiar uma ida ao médico devido a uma perda sanguínea, uns salpicos que olhámos e vimos na sanita, após uma defecação sem dores e sem comichões; ou se as fezes forem muito escuras; ou uns dias estamos de diarréia outros de prisão de ventre; ou mesmo uma dor forte ou desconforto na barriga; ou a sensação do nosso intestino ter ficado por esvaziar por completo. Não brinquemos com estes sinais evidentes de doença, para quem sabe interpretá-los. Não podemos afirmar que é hemorróda, porque pode não ser. Ao menor sinal que o nosso organismo nos dê, devemos dirigir-nos ao nosso Médico de Família, que sabe o que significa o diagnóstico e o tratamento precoce de qualquer doença.

São muito diferentes os meios postos à nossa disposição e à disposição dos nossos Avós, há 40 anos atrás. Quem ia ao médico há 40 anos? Quem afirmava publicamente que a pensão mensal era para a Farmácia? Nem pensões havia! Quantos morreram de cancro sem nunca terem tido um diagnóstico em vida? Ora bem.

Prevenir significa fazer uma dieta alimentar equilibrada, consumindo cerca de 400 gramas de frutas frescas e vegetais, nas duas refeições principais e num lanche ou a meio da manhã; vamos evitar o consumo excessivo de gorduras animais e de álcool. Para quem não tiver outras indicações, deve ingerir alguma quantidade de água e de outros líquidos durante o dia. A água é essencial ao nosso organismo e juntamente com as frutas e os vegetais, ajudam a esvaziar o intestino. Não nos deixemos engordar por comer produtos já meio confeccionados, autênticas bombas importadas do estrangeiro. Continuemos ou reponhamos a Dieta Mediterranica como os nossos avós faziam. Não passemos demasiado tempo em frente à televisão ou ao computador. Vamos mexer-nos um pouco mais. E já agora, tentemos conhecer melhor o historial da doença na nossa família. Se algum familiar teve cancro colo-rectal, é importante contar ao nosso médico.

Rastrear também é importante. Mesmo sem queixas, podemos dirigir-nos a um serviço hospitalar onde efectuam Rastreios à população. No meu tempo, o serviço de Gastrenterologia do IPO de Lisboa efectuava Rastreios ao intestino, sem dia anual de, mas a quem se apresentasse dentro de um certo calendário, com idade entre os 50 e os 70 anos e sem queixas. Efectuavam o Rastreio por método aleatório, através de um teste - pesquisa de sangue oculto nas fezes - ou de uma sigmóidoscopia. Se o teste desse positivo, era marcada logo uma colonoscopia. Desconheço se ainda hoje continuam a fazer o Rastreio ao CCR. Mas é fácil saber-mos. Basta um contacto telefónico, para confirmar.

Vamos ficar atentos a nós, a mudanças físicas em nós. Vamos dar importância ao que tem importância. Já que aqui nos foi passada mais uma vez informação sobre o estar atento e com exemplos pessoais, lembrei-me de escrever este texto que espero ajude a quebrar o medo, seja ele de que origem for.

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