Dia de festa na Cerdeira

Hoje é o dia 1º de dois da festa da padroeira da Cerdeira. Como há muitos anos, eu, nós, não estamos lá. A mim falta-me a devoção e a pachorra para a procissão e a quermesse, para as ofertas e o leilão no sentido de angariar fundos para não sei bem o quê. A música tocada noite fora, é cara, é pimba. Sem raízes no folclore local, costuma ser barulhenta e muito pobre em acordes e poemas. Poderia ser diferente das tradicionais festas do interior, mas não há vontade de mudar. Para mim fazem falta as concertinas, os acordeons, os cantos de vozes beirãs. Para não falar que todos os primeiros fins de semana do mês de Agosto serem sempre frescos e chuvosos, nem que seja um bocadinho de Sábado ou de Domingo. Estraga os efeites em papel de seda, colados a fios que serpenteiam pelas ruas fora. Tornou a acontecer este ano. Nem a senhora dos milagres livra a terrinha deste condão. Ou será que este facto é O milagre dela?
Dei, demos muito de nós, durante muitos anos, para a preparação da festa da terrinha. A pouco e pouco fomos perdendo vontade de fazer parte. De ser obrigatório estar em férias no «meu querido mês de Agosto». Deixou de ser uma prioridade para nós. Os Cerdeirenses que me desculpem o desabafo, que tenham uma bonita festa, que angariem muitos «euros». Tenho a certeza que nem dão pela nossa falta.

Li e faço meu, o sentido destas palavras.

Sou uma pessoa feliz, mas não sou uma pessoa satisfeita.
Sou feliz, mas nem sempre estou alegre.
Sou feliz, mas não sou resignada.
Nem muito paciente. Ou tolerante.

Faz sentido isso? (*)


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Retirado (*) daqui.

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