25 de Abril, sempre

Uma mão ergue um cravo: Um símbolo para não esquecer nunca.
Foto de Guidinha Bogalho.

Festejarei esta data histórica, até que viva. Ontem à noite, fui fiel ao canal 1. Assisti a uma festa dedicada ao trigésimo quinto aniversário do 25 de Abril. O palco parecia uma moldura onde a história cantada por poetas se desenrolava. Revi caras do 25 de Abril. Senti falta de outras. Vivi de novo a festa, cantei, emocionei-me. Ouvi todos, relembrei alguns ...

Mas quando José Mário Branco apareceu, convenceu-me. Este homem, que cantei durante muitos anos, apresentou-se com a sua guitarra, ainda fiel ao sonho. Coragem e algum desencantamento, mas a mesma voz. A mesma postura de sempre. Um cantor de intervenção. E gritei, acompanhando-o: "A cantiga é uma arma /eu não sabia/ tudo depende da bala/ e da pontaria/ Tudo depende da raiva/ e da alegria/ a cantiga é uma arma/ e eu não sabia..."

Levou-me de viagem a um tempo onde havia um País para re-construir. E para continuar a construir, ainda hoje, passados tantos anos. Sinto que, ontem, ao ouvi-lo, ao acompanhá-lo, ganhei alento e acreditei de novo que podemos mudar. «Nunca se vai impunemente para cima de um palco.»* Pois é. Com paixão, com raiva, a cantiga continua a ser uma arma.

*José Mário Branco

1 comentário:

Théfas disse...

Que legal esse blogue, puxa pelo que descreveu, deve ter sido lindo 25 abril,que pena não sintonizar canal 1, sou fã de música Portuguesa.....
Amei teu blogue, você descreve uma situação levando o leitor pra dentro do fato.. lindo isso.
Sucessos linda..beijos mil..
desculpe estar escrevendo sem ser convidada.
Théfas