Por causa das cegonhas

Fomos atrás das cegonhas. Olha, disse apontando para cima. Pousadas no cimo da chaminé de um casarão, branco, de traça antiga, murado, havia duas. Na estrada, Marido virou à esquerda e entrou portão adentro de um belo sítio porque nos convidava a isso mesmo, a entrar. Para onde vais? Visitar a Adega, respondeu. esta não é cooperativa :).
Saímos do carro e as cegonhas passaram a segundo plano, por se encontrarem agachadas, no ninho. Azar, pensei. Olhando à volta, à medida em que nos aproximávamos da Loja, fui clicando aqui e ali. Com o telélé, claro. E por causa das cegonhas, vou deixar postado esta visita, que não estava planeada no passeio de Sábado. E sinto-me orgulhosa por existirem estes cantinhos em Portugal. Pouco conhecidos dos Portugueses, mas os europeus importadores de vinho, conhecem.
Cliquei estes dois painéis. Como saíram duas fotos suficientemente apresentáveis, fui agora pesquisar um possível casamento entre eles - painéis e Quinta. E tem tudo a ver, realmente. A Estória de Santo Isidro, o poema e o lugar.
Lançada a semente à terra, com muito trabalho e dedicação, o homem colhe o suficiente para si, para distribuir e para trocar por dinheiro.
Olhei à volta da Quinta e apreciando melhor o que ali está, afirmo: não é só ter, é preciso manter. Seja que imóvel for. E nos dias de hoje, com a crise à porta ...
Aqui fica o que encontrei.


Uma estória: *Eram tempos muito turbulentos, na Península Hispânica, quando Santo Isidro nasceu, nos finais do século XI. Travavam-se os combates da reconquista das terras cristãs aos muçulmanos, eram as horas de estabilizar as muralhas de Toledo rendidas a Afonso VI de Castela e Leão e de repovoar as terras abandonadas. Conforme os usos do tempo, os cronistas dos santos encantavam-se com o sobrenatural e, em vez de analisarem a espiritualidade, os costumes, as obras dos seus biografados, como se faz hoje, encantavam-se em narrar os factos miraculosos, frequentemente acrescidos pelo amor jubiloso dos seus biografados... / ... *
Santo Isidro Lavrador - estória (clic, para continuar a ler.)


E este Poema, cujo Autor desconheço:

*Se a semente não cair

Na terra e não consentir

Em lá se deixar morrer,

Nunca a torrente da vida,

Que nela está escondida

Poderá sobreviver.

Mas se a semente

Consente

Em cair

É então, então somente,

Que ela há-de ressurgir,

Não como d'antes, sozinha

E isolada,

E mesquinha,

Mas na seara dourada

Que d'ela há-de sair.*

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