Mirú! Mirú!


Chamei: bsh bsh bsh ... Mirú! Mirú! Nada. Não vi um abanar de cauda, nem um miau de reconhecimento.
Fui à procura dele. João disse-me: deve estar na terra, com o novo brinquedo.
Segui para o canteiro das batatas já apanhadas e lá estava ele, estirado no fresco da terra, no Domingo muito quente da festa do Primo Zé Maria. À volta, dióspiros, que se soltaram com o vento, dos ramos que lhes dão vida. Ora se virava para o lado do brinquedo, ora lhe virava as costas. Talvez à espera de um novo desafio para uma corrida. Mas não, apenas a quietude de um ser que já não era. O brinquedo, tansformado assim depois de uma luta pela sobrevivência que falhou, era um ratinho. Não virou refeição porque Mirú é um finório. Tem a barriguinha cheia. Limita-se a pôr os seus instintos em acção e sai à caça. Mas o pior destas caçadas é quando leva os brinquedos para dentro de casa, ainda com *corda* ... dá para imaginar?

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