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Após a camioneta partir rumo a Vila Real de Santo António, também nós partimos, em direcção ao Ribatejo. Parámos na venda à beira da estrada, na Recta do Cabo. Com muita pena nossa constatamos que já não havia melões verdes, os tradicionais casca de carvalho. Trouxemos dos brancos da Lezíria. Também muito bons, asseguraram. E cerejas do Fundão. Ainda as há. Não me lembro de comer tantas cerejas como este ano. Fazem bem à saúde e ajudam a combater o ácido úrico. E uma melancia só para mim, que marido não aprecia.
No mesmo local onde provámos as enguias há umas semanas atrás, almoçamos, que o Sr. Manuel gosta muito de enguias. Depois de duas horitas a conversar, a bebericar e a comer bife, bacalhau assado e enguias fritas :( num recinto agradavelmente fresco mas muito barulhento (os portugueses não conversam nos restaurantes, gritam), a tarde surpreendeu-nos e socou-nos um bafo de calor intenso. Não estava azul o céu, mas acinzentado e com névoa. De regresso a casa, ainda parámos junto a uma represa da qual não vi nome afixado. Saímos do carro e levámos de novo um soco de calor intenso, sufocante. Apesar da água, não estava mais fresco. Antes pelo contrário. Parada, opaca, terrosa, com um pescador a tentar a sorte na pesca de enguias, não nos transmitiu a frescura procurada, apesar dos salgueiros e dos eucaliptos centenários que nos convidavam com as suas sombras. Impossível estar ali. Voltámos para o carro, a caminho de casa. Com o *bendito* ar condicionado ligado e o habitáculo a 17 graus, rumamos a Lisboa. O carro marcava 36 graus, lá fora. Não deu para mais. Todos queriam era estar em suas casas. Depois de descarregar o carro e saber que a minha viajante já tinha chegado a bom porto, tivemos ainda tempo para uma tradicional sesta. Uma horita e retemperámos as forças. No dia seguinte, ia haver festa e eu tinha prometido levar um doce. A cozinha esperava por mim.
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