Há quantos anos não atravessava esta ponte. A de Vila Franca de Xira. Desde que a autoestrada 1 foi aberta, pelo menos. Não consigo ir mais atrás no tempo. Quando viajavámos para Norte, seguíamos a Nacional 1 e atravessávamos aqui, para o outro lado do Tejo. Saídos da Estremadura, entravamos no Ribatejo. Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos ... Recordo a lezíria verdejante, os touros negros a pastar, alguns campinos a cavalo pelas bermas das estradas, entradas para quintas, com as casas senhoriais ao fundo, a perder de vista, os vinhedos, os sítios - adegas - onde comprávamos vinho a granel. Reparo que o Tejo, calmo, continua no seu rumo ao mar. A Ponte, continua a servir de união a duas margens. Sem receio, atravessámos. A Nacional 1 ainda é caminho. Entrámos na Recta do Cabo. Estrada terrível, onde os acidentes decorriam com muita frequência. Uma via para cada lado. Havia vendas de melão, de tomate, cebolas e de outros mimos, espalhadas nas bermas, em terra batida. Levantavam nuvens de pó a cada travagem. Mas estes mimos faziam-nos parar porque eram produtos da região, genuínos, que levávamos para férias, na Serra. Recordo os melões de Almeirim, de casca de carvalho, doces, rijos, picantes ... que saudade.
As bichas dos carros, uns atrás dos outros em velocidade de caracol, faziam com que um percurso de 50 quilómetros durasse 1 hora. E mesmo assim, de vez em quando, havia lata batida nas travagens a fundo, quando um qualquer chico-esperto mais apressado, tentava ultrapassar e depois às pressas se metia de novo na via. Os carros não tinham tantos 'cavalos' e a estrada não convidava a grandes corridas. Aí é que era um grande sarilho. Atrasava-se a viagem e em vez de 5 horas demorávamos mais um pouco. Mas havia tempo. Não havia a pressa que hoje sentimos.
As bichas dos carros, uns atrás dos outros em velocidade de caracol, faziam com que um percurso de 50 quilómetros durasse 1 hora. E mesmo assim, de vez em quando, havia lata batida nas travagens a fundo, quando um qualquer chico-esperto mais apressado, tentava ultrapassar e depois às pressas se metia de novo na via. Os carros não tinham tantos 'cavalos' e a estrada não convidava a grandes corridas. Aí é que era um grande sarilho. Atrasava-se a viagem e em vez de 5 horas demorávamos mais um pouco. Mas havia tempo. Não havia a pressa que hoje sentimos.
Hoje, a Recta do Cabo, continua a sê-lo. Uma estrada recta, longa, uma via para lá, outra para cá. Desapareceram as vendas. Os melões também. Foi num sábado, faz o próximo 15 dias que a viajámos. Mas sem filas. A caminho de Benfica do Ribatejo.
Penso que estes terrenos de arrozais e montados, uma barragem/represa, gado, vinha e milhos, e pasto de perder de vista, são terrenos da Companhia das Lezírias. Hei-de informar-me melhor.
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